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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Estado Islâmico: Origem, Organização e Radicalismo do Terror






O movimento extremista "Estado Islâmico" (EI) teve sua origem em um grupo armado de jihadistas sunitas radicais, em 2006. Sua criação foi resultado do período de instabilidade política que se instalou no Oriente Médio depois da invasão americana ao Iraque, em 2003. Contudo, o grupo extremista apenas começou a se tornar conhecido no mundo com a tomada de Mossul, em Junho de 2014.


O Iraque, um país de maioria muçulmana, dentre a qual há uma divisão entre uma minoria sunita e uma maioria xiita, viu essa diferença se tornar ainda mais exacerbada após a intervenção dos Estados Unidos da América, em 2003. Posteriormente, o desenvolvimento dessa organização foi favorecido com a admissão de um governo intermediário em que o presidente de origem xiita adotou uma forma de governo sectária e de rejeição das minorias sunitas nos cargos públicos.

O crescente antagonismo entre sunitas e xiitas, estendeu-se além das fonteiras iraquianas e sírias e passou a afetar a política do Médio Oriente, refletindo e estremecendo principalmente as relações entre o Iran, de maioria xiita e a Arábia Saudita, de maioria sunita (que por sua vez jamais aceitou o regime de governo xiita do Iraque após a derrocada de Saddam Hussein). Além disso, o fracasso catastrófico da política americana de "guerra ao terror" no Iraque impulsionou a guerra civil na Síria, criando condições favoráveis para o surgimento, o crescimento e o triunfo do Estado Islâmico. 

O Estado Islâmico conta com o apoio de outras organizações terroristas e vem propagando o terror através da execução de minorias étnicas, grupos religiosos, especialmente cristãos, e sequestro de civis. O grupo utiliza técnicas de tortura extremamente cruéis como decapitações, apedrejamentos, fuzilamento em massa e sepultamento de pessoas vivas. É alimentado pelo ódio às minorias xiitas, yazidis, curdas, aos Estados Unidos e Europa. Tomaram zonas de grande importância econômica da Síria e do Iraque, como a cidade de Mossul, rica em petróleo e dona da maior hidrelétrica do país. O Estado Islâmico vêm recrutando jovens de todo o mundo, de ambos os sexos, que são atraídos principalmente por fóruns na internet.


Os jihadistas do Estado Islâmico tem destruído mesquitas e santuários de importância cultural e religiosa no Iraque, bem como interferido na educação das escolas sírias. Além disso, criam califados nas regiões dominadas, ditando regras de comportamento a mulheres e crianças, incentivando inclusive a mutilação genital feminina, os casamentos forçados e o estupro de crianças e mulheres, muçulmanas ou não.

Na Síria, o Estado Islâmico controla áreas específicas na província de Raqa, cidade ao norte, próximo a Aleppo e na fronteira leste do Iraque, criando um califado nos mesmos moldes do século VII, onde convencem as pessoas recrutadas de que sua filosofia é o caminho certo para a justiça e a felicidade neste mundo e no mundo celestial. Fazem também um intenso trabalho de desconstrução de identidade, levando os soldados a um quebrantamento psicológico, onde depois são submetidos a um rigoroso doutrinamento até que reflitam em seus próprios pensamentos e ações, a imagem do Estado Islâmico.

Desde a proclamação do Califado Islâmico, em junho de 2014 na Síria, mais de três mil pessoas foram executadas, entre elas civis e crianças. O objetivo do Estado Islâmico na Síria é eliminar fronteiras e unir os territórios conquistados na Síria e no Iraque e governá-los por um califa, um único chefe político e religioso. O Estado Islâmico julga-se soberano e superior aos demais muçulmanos por acreditarem que são os verdadeiros seguidores de Maomé. Por esta razão, massacram todos os outros muçulmanos e as minorias étnicas que não compactuam com suas crenças.



A principal finalidade do Estado Islâmico é organizar ataques terroristas no Ocidente, principalmente na Europa e Estados Unidos. Para o Estado Islâmico, todos os povos do Ocidente são infiéis, decadentes morais e religiosos. O recente atentado em Paris que matou 129 pessoas foi o maior atentado terrorista na França, desde a Segunda Guerra Mundial e o segundo maior na Europa depois das explosões que mataram 191 pessoas em Madri, em março de 2004.

Os ataques na França causaram um impacto inevitável sobre as fronteiras, principalmente depois da revelação de que vários homens conectados ao atentado foram presos na Bélgica. Além disso, tais ataques também podem impactar a questão dos refugiados, pois no campo político, todo esse contexto de tensão acaba fortalecendo a extrema-direita e tornando a crise dos refugiados mais complexa. Na Alemanha, a primeira ministra Angela Merkel já começa a sofrer pressões para o fechamento de suas fronteiras, algo que, se concretizado, significará uma derrota política para ela.

Em Setembro de 2014, os Estados Unidos, juntamente com os países da OTAN, decidiram ajudar os combatentes iraquianos organizando uma série de bombardeios contra as instalações militares do Estado Islâmico. Em 2015, logo após os atentados de Paris, França e Rússia bombardearam Raqa. A ONU também aprovou uma resolução convocando todos os países para combater o Estado Islâmico e os grupos ligados a Al Qaeda.

O fim do terror imposto pelo Estado Islâmico pode ainda estar muito longe do fim. Entretanto, as implicações das políticas contraterroristas do Ocidente podem trazer mais tensão para o mundo. O uso de técnicas de inteligência maiores e mais incisivas, aliadas a uma implacável e sólida estrutura militar aérea e terrestre, podem trazer uma série de efeitos colaterais, como a morte de diversos inocentes e o aumento da xenofobia no Ocidente. Sobretudo, é imprescindível que haja extremo cuidado para preservar o Islã, uma religião com mais de 1 bilhão de pessoas, que nada teem a ver com o terror praticado pelo Estado Islâmico.





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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

25 de Novembro - Dia Internacional do Combate à Violência Contra a Mulher





Em 1999, a Assembléia Geral da ONU instituiu o dia que ficou conhecido como o "Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher". A data foi escolhida em homenagem às irmãs da República Dominicana, Maria Teresa, Minerva e Pátria, também conhecidas como "Las Mariposas", que foram cruelmente assassinadas a mando do ditador daquele país, Rafael Leônidas Trujillo. As irmãs Mariposas eram ferrenhas opositoras da ditadura imposta por Trujillo e o preço que pagaram por terem lutado vigorosamente contra este ditador, foi ter suas próprias vidas ceifadas de maneira brutal.

A violência contra a mulher nos dias atuais está tomando proporções alarmantes. A cada dia, mulheres são agredidas ou assassinadas por seus maridos, noivos, namorados que não aceitam o fim de seu relacionamento amoroso, os chamados "crimes de honra", ou mesmo por homens da própria família que deveriam protegê-las, mas que vêem na figura da mulher, um objeto de posse e não um ser humano com direitos e vontades que devem ser respeitados. 

No Brasil, estima-se que 43% das mulheres sofram agressões diariamente. Semanalmente são registrados 35% novos casos de agressão. A cada 11 minutos, uma mulher é violentada no país. No restante do mundo estima-se que 70% das mulheres já sofreram algum tipo de violência física ou sexual, independente de raça, credo e posição social.

Em algumas culturas, a violência contra a mulher além de tolerada, é também incentivada. Em alguns países muçulmanos e africanos, a mutilação genital feminina ainda é uma prática aceitável. Cerca de 3 milhões de meninas e mulheres são mutiladas a cada ano. Para eles, a ablação genital é uma forma de 'atestado' que garante a pureza e submissão de suas mulheres a seus futuros maridos. A cada ano, muitas delas morrem de tétano ou outros tipos de infecção em consequência das más condições de higiene a que são submetidas no momento da mutilação, feita geralmente por mulheres comuns do vilarejo que usam facas, giletes ou cacos de vidro sem nenhum tipo de esterilização. Estima-se que nestas culturas, 100 milhões de mulheres serão vítimas de casamentos forçados na próxima década, o que significa mais mutilações.

A violência física não produz apenas danos à saúde física da mulher, mas também afeta sua saúde emocional e psicológica, deixando em alguns casos, marcas mais difíceis de apagar do que as marcas da violência em seu próprio corpo. Mulheres agredidas física, verbal ou emocionalmente, desenvolvem baixa autoestima, depressão, síndrome do pânico, dificuldade de concentração, insônia, baixa produtividade, além de altos índices de estresse.

A violência contra a mulher é um flagelo social que envolve a todos. Além de ser um problema de saúde pública devido à crescente quantidade de vítimas, os gastos subsequentes para garantir o suporte físico, emocional e psicológico de que necessitam é imenso. O problema exige também uma série de medidas de políticas públicas, onde os legisladores precisam, apoiados pela sociedade, criar leis mais duras e inafiançáveis para estes criminosos. Talvez assim, os potenciais agressores pensem, antes de cometerem esse tipo de barbaridade tão covarde contra a mulher.






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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Proseando em Verso e Prosa: O Menino da Calçada





O Menino da Calçada

Menino que dorme na calçada
Que sonhos são os teus?
Tua infância foi roubada
Neste mundo de meu Deus

Como qualquer criança
Quer apenas brincar e ser feliz
A realidade matou-lhe a esperança
Do sofrimento já é um aprendiz

Conhece bem a fome e o abandono
Da mãe não se lembra
Do pai nem sabe o nome
Perambula pelas ruas, pobre e desprezado
Na vida se defende ganhando uns trocados

Menino que dorme na calçada
Que triste destino o teu
Perante os céus todos são culpados
Até mesmo eu!

Dorme menino, dorme...
O sono é o teu libertador
Sonha agora com o que quiseres
Nele sorria e esqueça um pouco a tua dor.














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