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domingo, 10 de junho de 2018

10 de Junho - Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas






Luís Vaz de Camões, poeta e soldado português, é considerado há várias gerações como o maior poeta de língua portuguesa e um dos maiores poetas da humanidade, representante da literatura mundial. Sua genialidade tem sido frequentemente comparada a Cervantes, Dante, Virgílio, e até mesmo a Shakespeare.

Camões escreveu poesias, epopeias e obras de dramaturgia que fizeram dele um poeta múltiplo, sofisticado e por que não dizer, célebre em sua época, uma vez que suas obras foram inspiradas em cantigas e versos populares que lembravam as antigas composições medievais. Com sua habilidade e criatividade poética, Camões soube explorar diversas formas de composição. Seus versos deixam transparecer que foi um amante dos estudos clássicos da Antiguidade e um admirador dos humanistas italianos. Dentre suas obras, "A Epopeia" e "Os Lusíadas" foram as mais renomadas e significativas.


Pouco se sabe sobre a data e o local exato de seu nascimento. Sabe-se apenas que provavelmente tenha nascido no ano de 1524. Sua família, de origem galesa, teria fixado residência em Vilar de Nantes, freguesia do conselho de Chaves. Mais tarde, teriam se mudado para Coimbra e Lisboa, cidades que respectivamente reivindicam ser o local de seu nascimento.

Viveu em Lisboa entre os anos 1542 e 1545. Foi durante este período que se interessou por literatura, iniciando sua carreira de poeta lírico na corte de D.João III. Foi também nessa época, que viveu uma vida boêmia e passou por uma desilusão amorosa que o levou a se alistar como soldado e embarcar para a África, onde lutou na guerra contra os Celtas, no Marrocos. Nesse local, durante uma batalha, perdeu o olho direito. De regresso à Lisboa, anos mais tarde, retornou a vida boêmia e promíscua, vivendo grandes amores com damas da corte.


Em 1553, embarcou para as Índias, alistando-se na armada de Fernão Alvares Cabral. Em Goa, tomou parte da expedição do vice-rei D. Afonso de Noronha e lutou contra o rei de Chembre, conhecido como "o rei da pimenta". Após um período na prisão, fixou-se em Goa. Ali, escreveu a maior parte de sua obra épica "Os Lusíadas", onde destacou e exaltou as conquistas ultramarinas, os feitos dos guerreiros portugueses por mares nunca antes navegados, as conquistas das novas terras e o encontro com povos e costumes diferentes. Estudou a cultura, a história e a geografia dos cristãos e hindus locais. Em sua obra, usou  modelos da mitologia clássica para cantar os acontecimentos de seu tempo, fazendo com que entidades mitológicas participassem das ações. Vênus foi retratada como sendo a protetora dos portugueses. Foi ainda em Goa que Camões sofreu um naufrágio e conseguiu nadar com o manuscrito dos Lusíadas em uma das mãos, salvando dessa maneira, aquela que foi uma de suas obras mais importantes. 

Ao retornar à Portugal, decidiu publicar sua obra e recebeu uma pequena quantia em dinheiro do rei D. Sebastião. No entanto, Camões nunca teve o reconhecimento que merecia e passou por grandes problemas de ordem financeira. Morreu em Lisboa, pobre, vitimado pela peste, em 10 de Junho de 1580. Após sua morte, suas obras passaram a ser o centro das atenções e sua genialidade foi finalmente reconhecida.

O dia de Portugal, celebrado em 10 de Junho, é uma homenagem ao poeta que, sem dúvida, foi o maior representante da literatura mundial de todos os tempos.




Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer. 
É um não querer mais que bem querer; 
É um andar solitário entre a gente, 
É nunca contentar-se de contente; 
É um cuidar que ganha em se perder. 
É um querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor. 
É ter com quem nos mata, lealdade. 
Mas como causar pode ser seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
Se tão contrário a si é o mesmo amor? 

Luís Vaz de Camões, em "Sonetos"







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