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segunda-feira, 14 de março de 2016

14 de Março: Dia Nacional da Poesia






Pequena Introdução

O dia 14 de Março foi declarado como o dia nacional da poesia em homenagem a Antônio Frederico de Castro Alves, um dos maiores poetas brasileiros. Castro Alves nasceu na Bahia, em 14 de Março de 1847. Desde muito cedo se identificou com as dores e dificuldades dos negros que ainda viviam em regime de escravidão no Brasil. Expressou sua indignação contra a crueldade vivida pelo povo escravizado através de suas poesias que denunciavam os horrores impostos aos negros pelos seus senhores. Por essa razão, ficou conhecido no Brasil como "o poeta dos escravos".

Castro Alves também tinha ideias liberais em relação à mulher. Em suas poesias lírico-amorosas a mulher não aparece como um ser distante, intocável ou sonhadora, mas como uma mulher atraente, mais próxima do imaginário real (bela, de corpo perfeito e sedutor). De estilo eloquente, fez uso acentuado de hipérboles em suas poesias sem abrir mão de espaços amplos como o céu, o mar, o infinito, etc. Apesar disso, suas poesias foram escritas em uma linguagem essencialmente romântica. Castro Alves foi o escritor mais importante do romantismo, conhecido como "poesia social". Foi também o último grande poeta da terceira geração romântica do Brasil e o último da transição entre o romantismo e o parnasianismo.

Castro Alves morreu ainda jovem, aos 24 anos de idade, em 1871. Apesar de sua vida curta, deixou um legado significativo de livros e poemas, entre eles "Navio Negreiro" , sua obra mais famosa que denunciava os maus tratos aos quais eram submetidos os negros. Escreveu ainda, "A Primavera" (outro poema contra a escravidão), "Vozes D'África" ( um clamor por liberdade) e ainda poesias amorosas, onde a mulher era cercada por um clima de paixão e erotismo, fato incomum nas poesias de seu tempo. Castro Alves aboliu de suas obras o amor platônico e o trouxe para mais próximo da realidade, retratando-o com toda a sensualidade que o envolve.

Castro Alves é patrono da cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras.


Curiosidades

Poesia é uma palavra que vem do grego e significa, fabricação, criação. É a arte de escrever em versos.


A rima é o elemento mais conhecido da poesia. É a repetição de sons iguais ou similares ao final dos versos que compõem um poema. Muitos pensam que poesia e rima são a mesma coisa, mas esse pensamento não é verdadeiro. Existem versos que não rimam. São os chamados "versos brancos", usados principalmente na poesia modernista. A rima, no entanto, está intimamente ligada à poesia desde as suas origens, anterior a existência da escrita, onde a rima tinha como função, facilitar a memorização de um verso.

Poesia não é algo estático. Encontra-se poesia nas crônicas, contos, música, peças de teatro, romance e literatura de cordel. Poesias podem ser escritas em prosa (como um conto) ou em verso (como um poema).

A poesia e a literatura podem ser divididas em três gêneros: Lírica (um poema que se exprime em uma voz, num 'eu' central, lírico, subjetivo, de pouca extensão), Épica (obras de extensão maior, em verso e prosa, com outros personagens, fatos ou eventos, envolve sempre uma narrativa), Dramática (obras dialogadas, onde os próprios personagens atuam sem necessariamente serem apresentados por um narrador, muito comum no teatro).

É impossível falar de poesia sem falar de poetas. A poesia escrita produzida em língua portuguesa é uma das mais ricas e criativas, pois traduzem o pensamento e a influência de duas pátrias: Brasil e Portugal. Da literatura brasileira, além de Castro Alves, podemos citar também, Olavo Bilac, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Clarice Linspector, Cora Coralina, Mário Quintana, Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto, entre outros. Da literatura portuguesa, destacam-se Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Almeida Garrett, Eça de Queirós, Gil Vicente, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Almada Negreiros, Ricardo Reis, José Saramago, e muitos outros que fizeram da poesia e da literatura de língua portuguesa, uma das mais respeitadas do mundo.





Folha de Outono

Folha de outono que ao chão cai
Quem te vê assim frágil, envelhecida
Nem imagina que ainda ontem
Bailavas vaidosa ao sabor do vento
Será o amor frágil como tu?
Pois que também é orgulhoso, seguro de si

A folha viçosa preza-se de sua beleza
O amor, de sua força e poder
Ambos passam depressa
Como o sol que se esconde da lua
Feito chuva numa noite de verão

Por: Fátima Ribeiro Alves










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terça-feira, 8 de março de 2016

Chiquinha Gonzaga - Maestrina do Brasil







Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida simplesmente como Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de janeiro, em 17 de Outubro de 1847. Filha do militar abastado, José Basileu Neves Gonzaga e da mestiça alforriada, Rosa Maria de Lima Gonzaga, Chiquinha nasceu em uma época onde o papel da mulher era apenas o de se casar, procriar, e viver uma vida devotada à família. No entanto, por ser filha de um militar renomado do império, Chiquinha teve uma educação esmerada para os padrões da época, uma sociedade escravista e patriarcal que não valorizava a mulher. Aprendeu a ler, a escrever, a fazer cálculos, e também recebeu aulas de música e piano. Por influência de seu tio e padrinho, Antonio Eliseu, flautista amador, Chiquinha tomou gosto pela música e cresceu ao som dos ritmos musicais da época, em especial das polcas, valsas e modinhas.

A música fazia parte do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX. Enquanto nos salões, predominavam as valsas e polcas, nas rodas de escravos ouvia-se o som do lundu e seus atabaques. Com a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro, as mulheres passaram a frequentar os salões de baile com seus saraus e a frequentar os teatros que exibiam óperas, porém os padrões sociais estabelecidos à mulher, continuavam inalterados.

Aos dezesseis anos de idade, por imposição de seu pai, Chiquinha se casou com o também militar, Jacinto Ribeiro do Amaral. Dessa união, nasceram três filhos e uma série de desavenças entre o casal, pelo fato de que Jacinto não aceitava que Chiquinha continuasse, após o casamento, a dedicar-se à música e ao seu piano. Aliás, Jacinto não permitia que ela tocasse qualquer outro tipo de instrumento musical, o que gerou vários conflitos, até que Chiquinha conheceu e se apaixonou pelo engenheiro João Batista de Carvalho Junior e por ele, abandonou o marido. Por sua ousadia, Chiquinha foi banida também da casa paterna, e na condição de mulher separada, passou a ser mal vista pela sociedade e a sofrer uma série de preconceitos.

Após viver por alguns anos com João Batista e ter com ele mais uma filha, Chiquinha descobriu uma traição do companheiro, o que levou ao fim de mais um relacionamento. Obrigada a lutar pela sobrevivência por seus próprios meios, passou a dar aulas de piano. Nesse período, aproximou-se do circulo musical da cidade e passou a conviver com alguns músicos de talento, entre eles, Joaquim Antonio Callado, flautista conceituado entre as rodas de choro e líder de um conjunto chamado "Choro Carioca". Callado foi o maior incentivador da carreira de Chiquinha Gonzaga e seu mais ardoroso admirador. Dessa parceria, nasceu um novo ritmo musical, o Maxixe, ritmo parecido com a polca, porém mesclado com ritmos africanos, semelhante ao lundu. 

Chiquinha que já na infância compunha algumas músicas, passou a compôr com mais afinco. Sua estréia como compositora, aconteceu em 1877, aos vinte e nove anos de idade, quando em visita à casa do maestro e compositor, Henrique Alves de Mesquita, apresentou ao piano para os convidados, aquela que foi a sua primeira composição, "Atraente". O sucesso foi imediato e de tal maneira que Chiquinha passou a ter seu talento reconhecido nas ruas, nos teatros e nos salões da Corte.




Alguns anos mais tarde, o Rio de Janeiro começou a passar por algumas transformações que elevaram a cidade ao status de metrópole, devido ao aumento da demanda do comércio exterior, fazendo emergir assim, uma nova sociedade de ares europeus na moda, nos costumes e na cultura como um todo. Chiquinha, uma mulher inteligente e à frente de seu tempo, logo percebeu essa mudança e decidiu que aquele era o momento certo de fazer com que a música brasileira se popularizasse através do teatro, que impulsionado por esse novo contexto social, se desenvolvia cada vez mais por conta do gênero musicado que começava a cair no gosto da nova camada social emergente.


O teatro musicado permitia as mais variadas formas de espetáculo, como o vaudeville, o café-concerto, a opereta, a revista e a burleta, entre outros que deixavam que o burlesco, o humor e a sátira fizessem parte dos espetáculos teatrais da cidade. Chiquinha Gonzaga teve papel de destaque para que essa modalidade teatral se acentuasse. Suas composições teatrais, misturadas com a brejeirice do maxixe, trouxeram não só mudanças nos ritmos e nas danças, mas também mudanças urbanas e sociais à partir das transformações que ocorreram na música popular que passou a ser o reflexo do que acontecia nas ruas, nos salões, e nas senzalas. A peça "Forrobodó" foi um divisor de águas para o teatro nacional. A peça, além de retratar o cotidiano do povo brasileiro, introduziu no teatro as gírias, a carioquice e os mais variados tipos e sotaques do país. 


As peças musicadas por Chiquinha Gonzaga passaram a fazer enorme sucesso. Chiquinha passou a produzir cada vez mais obras para o teatro musicado. Em 1885, estreou como maestrina na opereta "A Corte na Roça", um feito inédito no país que até então, só conhecera maestros do sexo masculino. A opereta abordava os costumes do interior do Brasil. A dança, um maxixe, mesclava ritmos de lundu e polca, onde os protagonistas dançavam próximos e de forma sensual, o que foi considerado uma ousadia, uma imoralidade para os padrões da época. 

Apesar das transformações pela qual o Rio de Janeiro passava e do grande sucesso de suas músicas e peças de teatro, Chiquinha Gonzaga ainda era muito discriminada pela alta sociedade brasileira, que considerava seu comportamento e sua independência, um desafio aos princípios e valores sociais da época em relação à mulher, onde pouca coisa ou nada havia sido alterado. Chiquinha foi a primeira profissional ligada ao choro, que até então, era composto apenas pelo gênero masculino, além de ter sido a responsável direta pela popularização desse ritmo musical. 


Em 1914, Chiquinha sofreu forte discriminação do então senador da república, Rui Barbosa, que registrou um violento pronunciamento no diário do congresso nacional por conta do episódio que ficou conhecido como "Corta-jaca". A primeira dama do País, Nair de Teffé, executou ao violão o tango de autoria de Chiquinha Gonzaga intitulado com o nome de "Gaúcho", popularmente conhecido pelo nome de "Corta-jaca", acompanhada pelo compositor Catulo da Paixão Cearense. O intuito da primeira dama era homenagear o corpo diplomático e a elite carioca presentes em uma festa no Palácio do Catete, sede do governo federal. A junção explosiva do violão, considerado como instrumento da malandragem, com o maxixe, um ritmo extremamente sensual, provocou a ira do senador conservador. O fato no entanto, representou a alforria da música popular que ao adentrar os salões da elite, rompeu a barreira social que existia entre essa mesma elite e o povo.


No contexto histórico, Chiquinha Gonzaga contribuiu para que algumas mudanças acontecessem. Lutou pelos direitos autorais e pela criação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), fundada em 1917 e pioneira em defesa dos direitos autorais de compositores musicais e teatrólogos. Lutou pelas liberdades no país, abraçando causas como a abolição da escravatura e a proclamação da república, promoveu a nacionalização musical, foi a primeira maestrina brasileira, a primeira pianista de choro, autora de "Ô Abre Alas", primeira marchinha carnavalesca. Foi também a responsável por introduzir a música popular nos salões da alta sociedade e sem dúvida, a maior personalidade feminina da história da música popular no Brasil. Faleceu em 28 de fevereiro de 1935, no Rio de Janeiro, aos 87 anos de idade.








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Mulher







Mulher foi feita da costela de Adão
Se é mito ou não
Só sei que ela é o ser mais forte
De toda a criação

Mulheres conseguem sorrir
Com a alma aos pedaços
E chorar de alegria
Num simples abraço

A mulher gera os filhos
Sabendo que não são seus
Ama, educa, ensina a voar
Mas quando batem asas e voam
O coração só falta desabar

Da fraqueza, tiram força
Na dor, mantem a esperança
A mulher faz da saudade
Uma doce lembrança

É capaz das coisas mais loucas,
Insanas e descabidas
Como abrir mão de um amor
Se preciso for

Mulheres às vezes
São pouco valorizadas
A maioria delas
Só deseja ser amada

Se é falante, é agitada
Se é na dela, esquisita
Se engordar, é sem vergonha
Tem que ser magra a senhorita

Se ama alguém mais velho
Não é amor, é interesse
Mas se o cara for mais moço
Vai lhe tomar até o osso

Quando traída, aguenta calada
Mas se trai, é uma depravada
Se não é vulgar, tá fazendo tipo
Mas quando descolada,
É uma galinha assanhada

Aliás, ô palavrinha mais malvada
Corra atrás de uma galinha
Pra ver se é fácil de alcançar
É difícil pra caramba conseguir pegar

Apesar das incoerências
Ser mulher é bom demais
Mulher é bela, mulher é fera
Que o digam os homens normais.


Feliz dia da mulher!!!








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