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domingo, 9 de setembro de 2018

Museu Nacional do Rio de Janeiro - Um Tesouro Perdido






O Museu Nacional foi até a semana passada, um dos museus mais antigos de antropologia, ciência e história natural das Américas. Localizado no interior do parque da Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, e instalado dentro do Palácio de São Cristóvão, serviu como residência da família real portuguesa entre os anos de 1808 à 1821 e, mais tarde, da família imperial, que ali viveu entre 1822 e 1889.



O Museu foi a sede da primeira assembleia constituinte republicana nos anos de 1889 à 1891. Em 1892, foi alçado ao status de museu, abrigando um acervo de mais de 20 milhões de itens coletados através de doações, permutas e escavações por mais de dois séculos. Continha registros importantes de elementos de ciências naturais, antropológicas e também das culturas brasileira e de civilizações antigas. O acervo estava dividido em coleções nas áreas de antropologia, arqueologia, biologia, botânica, etnologia, geologia, paleontologia e zoologia, possibilitando a realização de pesquisas no meio acadêmico que puderam assim, desenvolver atividades em todo o país e também fora dele, como no Continente Antártico. 

Durante o final do século XIX, destacou-se como sendo o museu mais importante da América do Sul. Em 1946, o museu foi incorporado à instituição de ensino, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que passou a ser o gestor e administrador dos recuros financeiros do museu até os dias atuais. O museu possuía uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais, com mais de 2.400 obras raras e 470.000 volumes







Em 2 de Setembro de 2018, um incêndio após o encerramento do horário de visitação, pôs fim a mais de 200 anos de memória, história e patrimônio cultural brasileiro e de itens doados das culturas egípcia, greco-romana e pré-histórica, por falta de suporte do governo brasileiro que não enviava as verbas necessárias para as manutenções básicas do museu, que vinha sofrendo com a deterioração de boa parte do imóvel pela ação do tempo, e também carecia de objetos de segurança suficientes, tornando-o vulnerável e incapaz de se proteger em caso de incêndio.

Os anos de descaso que o governo federal apresentou face ao Museu Nacional, um dos mais importantes ícones da história brasileira, palco das mais importantes decisões que mudaram a história do Brasil colônia e Império, é apenas mais um retrato da decadência de um país governado por corruptos demagogos e populistas, que não se importam e não compreendem que a cultura, a memória e a história de um povo, são sagradas.






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