A palavra "Entrudo" na língua portuguesa deriva do latim "introitu" que significa "entrar na quaresma", período de tempo que antecede a Páscoa. O "Entrudo", nome dado ao carnaval pelos portugueses no século XV, é um festejo que surge em 4000 a.C no antigo Egito, em celebração à deusa Ísis. Na Grécia antiga há relatos do festejo já no século VII a.C com a chegada do deus Dionísio que havia sido expulso do Olimpo e, mais tarde, no século XII a.C, segundo alguns relatos, um carro passou a distribuir vinho ao povo em homenagem a Ísis, a deusa egípcia adotada por gregos e romanos que a introduziram nas bacanais romanas. Posteriormente, a deusa foi adotada também nas danças macabras medievais que, mais tarde, influenciariam a época do Renascimento com o surgimento de fantasias e alegorias em que o luxo das roupas demonstrava um culto à vaidade.
Com a cristianização nos primeiros séculos da Idade Média, mais precisamente no século V, o Papa Gregório I incluiu o festejo de origem pagã no calendário cristão. O "Carnevalo" passou a acontecer no mês de Fevereiro, após o término do inverno no Hemisfério Norte, no período que antecede a Quaresma. A Igreja permitiu que por cinco dias as regras sociais fossem invertidas, sendo concedido aos senhores se vestirem de pobres e escravos e os escravos se vestirem de senhores, unindo nesses dias, as diferentes classes sociais, onde o único desejo era se divertir. A celebração era realizada na própria Igreja, fazendo do carnaval não apenas uma festa, mas um ritual que unia o sagrado com o profano e terminava no primeiro dia da Quaresma em atos de penitência pelos excessos cometidos nesses dias.
O carnaval chegou ao Brasil no período colonial, trazido pelos portugueses e ganhou força durante a monarquia. Em 1840 foi realizado no Rio de Janeiro, o primeiro baile de carnaval como um evento social da Corte. Em 1846 foi criado o "Zé Pereira", conhecido nos dias atuais como "Bloco do Sujo", composto por um grupo de foliões com bumbos e tambores, numa alusão às festas e romarias das regiões do Douro e do Minho, no Norte de Portugal que desfilavam pelas ruas tocando instrumentos de percussão.
O carnaval viveu seu apogeu no final do século XIX e início do século XX, no período conhecido como "Belle Epoque". Nessa época, pessoas vinham às ruas atraídas pelo 'Corso' (desfile de carros decorados) e queriam ver também, as fantasias e as brincadeiras lúdicas de confetes e serpentinas. Em 1899, Chiquinha Gonzaga escreveu o "Abre Alas", sua primeira marchinha de carnaval que fez com que a festa se popularizasse ainda mais. À partir de então, com a introdução de composições como marchinhas, batucadas e frevo, novos ritmos foram criados até chegar ao samba e ao samba-enredo como conhecemos hoje, fazendo o carnaval crescer e se modernizar. Os pequenos blocos foram dando lugar às escolas de samba que com sua arte e beleza, transformaram o carnaval na maior festa popular do Brasil.
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