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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Judaísmo





O Judaísmo surgiu com Abraão, cerca do ano 2000 a.C e ganhou força no segundo milênio a.C com Moisés. Foi uma religião que se consolidou após a saída dos hebreus do Egito. Foi também a primeira religião monoteísta do mundo, o que se tornou um importante fator de unidade do povo judeu, até os dias de hoje. Seus livros sagrados são a Torá ou Pentateuco e o Talmude. O judaísmo crê na vida após a morte, na existência de um Deus único, criador de todas as coisas e que escolheu o povo hebreu como sendo seu povo exclusivo entre os homens. O judaísmo, porém, não se detinha apenas nas questões religiosas, mas possuía também um forte apelo social e moral de conduta em relação ao outro, o qual à época de seu surgimento era um modo de proceder diferente dos demais povos.


Os judeus foram induzidos pela religião a tratar com respeito e dignidade os órfãos, as viúvas e o estrangeiro. Este modo de agir, por exemplo, fazia com que em épocas de colheita, uma parte dos frutos e cereais fossem obrigatoriamente deixados para trás para que pudessem servir de alimento para os órfãos, estrangeiros e viúvas. Era uma forma de tratamento que formava uma coesão social.


No judaísmo, um homem não permanecia escravo, nem perdia suas propriedades por mais de quarenta e nove anos. O ano 50 era o que chamavam de "yovel" ou "ano do jubileu". A contagem para o yovel acontecia no ano seguinte ao término dos sete anos sabáticos. No ano do jubileu, havia a libertação incondicional de todos os hebreus escravos, onde este escravo recuperava sua liberdade e seus bens. No entanto, durante os quarenta e nove anos que antecediam um novo ano do jubileu, os que eram escravizados por dívidas ou rebeliões podiam após sete anos de servidão, recuperar a sua liberdade. Essa peculiaridade fazia com que fossem uma sociedade em que a rebelião contra os donos de terras fosse menor, embora a área fosse muito instável por conta do corredor palestiniano (Palestina) que era uma região de passagem para invasões, o que trazia à região instabilidade política e acarretava sérios problemas econômicos. Ao serem invadidos, os judeus tinham sua colheita e pecuária, base da sua economia, saqueados. Como era necessário preservar a economia, a população local composta de judeus, filisteus, heteus, sírios, libaneses, fenícios e outros, passaram também a se dedicar ao comércio e ao prestanismo (empréstimos financeiros). Até os dias de hoje, as populações que vivem nessa região ainda o fazem, devido às condições do corredor sírio-palestino.


foto: Jornal Extra

O povo judeu esteve no auge do poder na primeira metade do primeiro milênio a.C., nos governos de Davi e Salomão. Após a morte deste último, a combinação de altos impostos, centralização política excessiva e a invasão de práticas religiosas de outros povos que ofendiam os preceitos hebraicos levaram a uma divisão do estado hebreu em duas partes: Israel, com dez tribos ao Norte e Judá, com duas tribos, ao Sul. Isso enfraqueceu os hebreus que foram seguidamente dominados por outros povos, sendo escravizados pelos assírios em 721 a.C e pelos babilônicos em 586 a.C. Séculos mais tarde, tiveram reis subsidiários à Roma, a quem pagavam o tributo e prestavam culto ao imperador que era exigido pelos romanos.


No ano 70 d.C, os judeus se rebelaram contra o domínio romano. O templo foi novamente destruído e em 136 d.C acabaram sendo derrotados e espalhados pelo mundo (diáspora) pelo imperador Adriano. O que os manteve unidos e os fez ter preservado sua identidade como um povo, ainda que vivendo exilados em várias partes do mundo, foram seus preceitos religiosos, ao contrário dos demais povos que acabaram desaparecendo em meio aos outros povos. A identidade que os judeus mantiveram através da religião fez com que o povo judeu passasse a ter duas pátrias: A pátria religiosa (judaísmo) e a pátria onde se estabeleceram (nacional). Nessa época, o judaísmo não tinha caráter expansionista e só era considerado judeu o indivíduo que nascesse de pai e mãe judeus, pois casamentos mistos não eram aceitos. Com a diáspora, porém, as coisas mudaram um pouco e à partir do século XVI e XVII, surgiu o judaísmo liberal que reconhecia como judeu o indivíduo que fosse filho de mãe judia.




No final do século XIX, surgiu um movimento chamado "sionismo" que pregava a volta dos judeus à Sião (Jerusalém) e defendia a criação de um estado judeu na Palestina. Como não caberiam todos os judeus em Jerusalém, os judeus mais ricos, em especial o judeu húngaro, Theodor Herzl, passaram a financiar a ida de judeus de volta para a Palestina. Surgiu assim os Kibutzim, comunidades coletivas e agrárias que levaram a uma imigração intensa e consequentemente a um choque com as populações de origem árabe e com os muçulmanos, principalmente quando após a segunda guerra mundial, foi criado o Estado de Israel em 1948.


A maior contribuição do judaísmo para a história deveu-se ao seu caráter de religião monoteísta, salvacionista e ética, onde nenhum tipo de idolatria era permitido pelo fato de acreditarem ter um pacto com o Deus único, criador de todas as coisas e pela promessa de que Deus enviaria um Messias que instalaria o reino de Deus na terra. A firmeza de suas crenças e de seus valores foi que os manteve de pé nos períodos de maior dificuldade ao longo da história e fizeram com que, mesmo após o genocídio de que foram vítimas na Segunda Guerra Mundial, encontrassem força para recomeçar, mantendo sempre a sua identidade e jamais se esquecendo de sua cidade sagrada. 






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