O Islamismo foi fundado no século VII d.c. na região da Arábia pelo profeta Maomé. Islã em árabe, significa "submissão" ou "rendição". As raízes do Islamismo vêm do profeta Abraão, patriarca do judaísmo. É uma religião monoteísta que enfatiza que toda a adoração deve ser direcionada a um único Deus. A base da religião islâmica se resume a duas frases de confissão de fé que diz: "La ilaaha 'ill- Allah" e "Muhammad-ur-Rasool-ullah" que significam "Ninguém tem o direito à adoração, exceto Deus" e "Muhammad é o mensageiro de Deus".
Muhammad Bin Abdul Muttalib ou Maomé, nasceu órfão de pai em 570 d.c. Aos seis anos de idade foi com a mãe à Yathrib, atual Medina, onde fica órfão e é acolhido pelo avô paterno Abd al-Muttalib, homem rico e influente chefe do poderoso clã dos coraixitas e administrador do templo sagrado de Caaba, em Meca, que fora construído no tempo de Abraão. Pouco depois, no entanto, seu avô morre e Maomé é criado por seu tio paterno, Abu Talib.
Anos mais tarde, Maomé torna-se caravaneiro e casa-se com Kadidja, uma rica viúva de 40 anos e herdeira da tribo dos coraixitas que confia à ele seus negócios e os camelos que eram usados para o transporte de mercadorias do Golfo Pérsico para o Corredor Palestiniano. Meca era um centro comercial importante, rota de passagem entre o Iêmen, a Síria e o atual Iraque. Maomé viajava constantemente da Península Arábica pelo Mediterrâneo e passou a observar a diferença existente entre a região pobre, desunida e cheia de lutas da Península politeísta com a região rica e centralizada do Império Bizantino monoteísta e concluiu que essa diferença era pelo fato deste último adorar um único Deus. Maomé havia sido grandemente influenciado por um monge cristão que lhe ensinou a Bíblia e alguns escritos sobre Cristo.
Maomé tinha por hábito fazer retiros espirituais e após um desses retiros, contou à Kadidja sobre uma "visão" com o arcanjo Gabriel que lhe ensinou uma prece e um credo de unidade divina que mais tarde, segundo a tradição, foram os primeiros ensinamentos revelados ao profeta. Logo depois dessa experiência, Maomé começou a pregar o monoteísmo, causando a hostilidade do povo que temia que a condenação aos ídolos afastasse os visitantes que vinham do deserto para adorar ao redor da Caaba, pedra negra sagrada considerada a casa de Alá na terra. Em 613, surgem os primeiros confrontos entre politeístas e os seguidores de Maomé. Os confrontos se estenderam até 622, quando Maomé em grande desvantagem numérica foi obrigados a fugir de Meca para a vizinha Medina, onde foi bem recebido e encontrou apoio. Esta 'hégira' ou 'retiro' marca o 1° ano do calendário muçulmano.
Após dez anos de batalhas para introduzir a nova doutrina, a maior parte da população de Yathrib se converteu ao Islã com exceção das tribos cristãs e judaicas e, assim, Yathrib tornou-se Medina, a cidade do profeta onde politicamente foi estabelecida a comunidade muçulmana com seus princípios religiosos e sua legislação. Em 630, Maomé decidiu com seu exército invadir e eliminar os politeístas de Meca e triunfou sobre a cidade. Os que aceitaram seu reinado tornaram-se muçulmanos e os que recusaram foram expulsos. Em 632, ano da morte de Maomé, toda a Península Arábica foi unificada à nova religião. Posteriormente, os ensinamentos de Maomé foram registrados no Alcorão, livro sagrado do Islã.
Doutrina Islâmica
O território de Meca é proibido aos não muçulmanos. Todo muçulmano deve acreditar em um único Deus, Allah e que Maomé foi seu maior profeta. Os muçulmanos negam a doutrina da Trindade, não adoram imagens e não aceitam a divinização de nenhum ser humano, incluindo Jesus Cristo e o próprio Maomé. Creem na predestinação estabelecida por Deus e, por isso, aceitam que o destino não pode ser mudado (doutrina do fatalismo). O muçulmano não necessita de batismo como os judeus e cristãos, pois sendo filhos de muçulmanos já nascem muçulmanos. No Islã, não há a figura do sacerdote, nem a obrigação de orar na mesquita. Todo muçulmano com idade à partir de sete anos deve seguir os princípios do Islã. Os cinco Pilares do Islã são: contribuir com 2,5% de seus rendimentos para a Zacat como uma forma de diminuir as desigualdades sociais; orar cinco vezes ao dia com o corpo e o rosto voltados para Meca; jejuar no Ramadã, mês que marca a fuga de Maomé; fazer uma peregrinação à Meca ao menos uma vez na vida; professar a fé em Allah. Além disso, todo muçulmano deve dar esmolas e abster-se de carne de porco e bebidas alcoólicas.
Sunitas e Xiitas
Os grupos de seguidores mais importantes e numerosos do Islamismo são os sunitas e os xiitas. 90% da população muçulmana são sunitas e a maior concentração está na Arábia Saudita, Indonésia e Egito. São mais liberais e acreditam que não é necessário descender de Maomé para ser um bom líder islâmico. O nome "Sunita" deriva da palavra "Suna", livro biográfico e regra de conduta deixado por Maomé. Alguns ainda creem que a palavra significa "moderação" e por essa razão, são abertos ao diálogo com outros povos e religiões. Suas crenças podem ser adaptadas de acordo com o tempo. Sua base de fé vem do Corão e da Suna e reconhecem como verdadeiros quatro livros de Hadith, constituindo todos juntos, os chamados 'seis livros' ou 'Kutubi-Sittah'.
Os xiitas são minoria entre os muçulmanos, apenas 10%. Eles predominam no Iêmen, Irã e Iraque. Surgiram durante a formação do Islã, logo após a morte de Maomé em 632. São rígidos em seus princípios e acreditam na vinda do último descendente de Maomé que virá para governar a humanidade. Por essa razão, acreditam que apenas os descendentes de Maomé podem ser considerados legítimos líderes islâmicos. Compartilham de todas as crenças da comunidade islâmica, porém sua filosofia sofreu forte influência persa, grega e gnóstica. Defendem um estado religioso, governado por religiosos e tem como base de suas leis e regras de fé o Corão.
Apesar de serem maioria no Iraque, os xiitas passaram por um longo período de opressão e perseguição na época do governo Saddam Hussein que era sunita.
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